Notícias da semana
Professor da UFRJ ganha prêmio internacional de tradução
Fabrício Nogueira
O professor João Baptista Medeiros Vargens, da Faculdade de Letras (FL) da UFRJ, ganhou o Prêmio Internacional de Tradução Rei Abdullah 2013 na categoria Esforços Individuais, concedido pela Biblioteca Real da Arábia Saudita. O prêmio foi anunciado pelo Conselho de Curadores da biblioteca. O ministro de Relações Internacionais, príncipe Abdulaziz bin Abdullah, que também é integrante do Conselho de Curadores e membro do Conselho de Diretores da Biblioteca Pública Rei Abdul Aziz, presidiu a cerimônia. Segundo o ministro, “trabalhos traduzidos permitem que pessoas e nações vejam o que outros conseguiram alcançar nos campos da ciência, literatura e artes; além disso, as traduções também enriquecem diversas culturas existentes”.
João Baptista fez parte da primeira turma – que contava com apenas dois alunos – licenciada em português−árabe pela UFRJ, que se formou no ano de 1974. Logo depois, começou a trabalhar como auxiliar de ensino. Em 1978, ganhou uma bolsa de estudos do governo sírio e passou dois anos em Damasco, capital da Síria, fazendo um curso de especialização em língua árabe. Mais tarde voltou à UFRJ, onde exerceu alguns cargos da administração, sendo chefe do departamento de letras orientais eslavas e também diretor-adjunto para assuntos culturais. Também teve algumas funções na Pró-Reitoria de Extensão, na época chamada “sub-reitoria”. Posteriormente, de 1992 a 1994, a partir de um acordo cultural interuniversitário, tornou-se professor universitário na cidade de Tetuão, situada no norte de Marrocos. Depois disso, continuou trabalhando na Faculdade de Letras, quando em 2006 se aposentou.
No final de 2011, o Itamaraty convidou o professor a concorrer, representando o Brasil, ao Prêmio Unesco-Sharjah 2011 – premiação instituída pela Unesco, com o apoio do Emirado de Sharjah, para aqueles que se destacam na divulgação da cultura árabe. No mesmo período, João Baptista prestou concurso para professor titular da cadeira de árabe na UFRJ. “Por coincidência e alegria minha, no dia 24 de janeiro de 2012, recebi uma comunicação da Unesco de que tinha sido agraciado com o prêmio pelo meu trabalho divulgando a língua árabe nos países de língua portuguesa. Recebi esse prêmio com bastante satisfação, porque, na verdade, embora tenha sido em meu nome, fui representante do Brasil. Então foi uma vitória brasileira, uma vitória do trabalho desenvolvido aqui na Universidade Federal do Rio de Janeiro. No dia seguinte, 25 de janeiro, eu tomava posse como professor titular da UFRJ; então foram dois dias de grande alegria”, conta João Baptista.
Quando se aposentou, o especialista em língua árabe fundou uma editora chamada Almádena, com o intuito de dar prosseguimento às suas pesquisas dentro da área arabística e de ter um canal para divulgar os trabalhos já realizados e os a serem realizados. Durante cinco anos, a editora publicou cerca de 13 títulos. Segundo João Baptista, o dicionário árabe−português, com 763 páginas, publicado em parceria com a Biblioteca Nacional, foi um dos mais importantes trabalhos, devido à carência de dicionário desse porte no mercado. A autoria do projeto é do professor Alphonse Nagib Sabbagh, do curso de árabe, com o apoio de uma equipe formada por alunos e professores. Atualmente, está sendo elaborado um novo dicionário com termos de desportos olímpicos, tendo em vista as Olimpíadas de 2016. “Esse trabalho certamente vai facilitar a estadia das delegações olímpicas dos países árabes”, ressalta.
Depois do prêmio recebido na Unesco, o Itamaraty entrou em contato com o professor para saber da possibilidade de os alunos do curso de árabe serem estagiários no centro cultural brasileiro em Beirute, ensinando a língua portuguesa. “O acordo foi se expandindo e, agora, o Itamaraty já encaminhou um texto ampliando esse convênio, possibilitando a todos os alunos da Faculdade de Letras essa oportunidade de estágio nos 28 centros e núcleos culturais brasileiros no exterior. Os cursos de português−literatura, português−latim e português−grego seguiriam para os países de língua portuguesa na África: Moçambique, Angola, Guiné, Cabo Verde. Essa é uma grande oportunidade para os alunos da UFRJ”, afirma João Baptista.
UFRJ discute integração para acessibilidade
Rossana Ribeiro
O “1o Fórum Universitário de Acessibilidade da UFRJ” teve início nessa última sexta-feira (26/4), promovendo a discussão de diversos temas que trouxeram a experiência de pessoas reconhecidas na área de Inclusão, Tecnologia e Integração para Acessibilidade, como Georgette Vidor, secretária municipal da Pessoa com Deficiência – SMPD/RJ, e o consultor internacional de Acessibilidade Scott Rains, entre outros.
Georgette descatou a falta de acessibilidade como o principal problema enfrentado por ela na secretaria. "No início não existia nenhum projeto e só tinha um arquiteto na secretaria. Não havia nada para deficientes. Começamos primeiramente a unificar os arquitetos urbanísticos. Hoje a secretaria tem dois deles realizando projetos e dando ênfase ao esporte. O esporte é imprescindível e para os deficientes é mais ainda, em função das sequelas “, afirma Goergette.
A secretária se diz otimista diante dos projetos da secretaria: “O trabalho da secretaria é criar uma cidade acessível. O Rio de Janeiro em 2016 não será uma cidade totalmente acessível, mas será infinitamente melhor”, enfatiza.
O americano Scott Rains que está no Brasil fazendo consultoria na questão da acessibilidade afirmou que a deficiência é um julgamento social.
Acessibilidade na UFRJ
A professora Rita de Cássia Oliveira Gomes, da Superintendência Geral de Políticas Estudantis da UFRJ, iniciou sua palestra se mostrando muito otimista junto às mudanças da universidade. “Prevejo uma mudança dentro da faculdade. O auditório cheio, como se encontra agora, prova o interesse das pessoas pelo tema”, fala.
Segundo a professora, a universidade foi pensada como um espaço de pessoas não deficientes. Trabalho há oito anos na instituição, e somente nesses últimos dois anos, neste mandato, estou vendo mudanças. Outro dia descobri que tem impressora Braille na UFRJ, mas não é usada. Não basta ter equipamentos, eles têm que ser usados”, acrescenta.
De acordo com a professora, a UFRJ vai receber do Ministério da Educação R$ 50.000, do Programa de Acessibilidade na Educação Superior (Incluir) para tornar a universidade acessível.
Rita de Cássia afirma que a residência estudantil não é acessível, mas está no projeto de adaptação que já está pronto.
Outro convidado a falar sobre o tema foi o advogado Geraldo Nogueira, da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência, OAB-RJ. Ele destacou as dificuldades de justiça no país.
“Temos que entrar na justiça, porque as coisas não funcionam. O Brasil é um país que possui uma lista de legislação, mas a justiça em si é longa e demorada", afirma.
Geraldo fez alusão à frase “As pessoas dizem que todos os dias têm que matar um leão", e acrescentou: "Nós, deficientes, temos que ressuscitar o leão e depois correr”.
Prefeitura vai reabrir Campo de Futebol
Sidney Coutinho
Após quatro meses de reformas, o Campo de Futebol da Prefeitura Universitária será reaberto nesta sexta-feira (3/5) com uma partida entre todos os funcionários que participaram de forma direta e indireta na recuperação do espaço. Além de recuperar todo o gramado e realizar a poda da vegetação e o plantio de mudas ornamentais no entorno, os trabalhadores reformaram a sede, os vestiários e a área de convivência.
Em parceria com a Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), a Prefeitura Universitária quer que o espaço seja ocupado para a realização de várias atividades esportivas com a proximidade das Olimpíadas do Rio. Uma das propostas já bem encaminhadas é com a Federação Fluminense de Rugby (FFR), que utilizará o local aos sábados para o treinamento das equipes do esporte. A universidade já conta com um time, que está entre as mais fortes do estado. Em maio, estão previstas as semi-finais e finais do campeonato da FFR na Cidade Universitária.
Com os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o rugby e o golfe serão incluídos no programa oficial das competições. O rugby esteve presente em quatro edições anteriores: 1900, 1908, 1920 e 1924, mas em todas elas houve disputas na modalidade tradicional de 15 jogadores. Apesar de o rugby retornar aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, não haverá exatamente uma continuidade com relação às participações passadas, uma vez que essa volta do esporte às Olimpíadas se dará com a modalidade de sete jogadores.
Desde o início da formação da Cidade Universitária, quando os primeiros prédios começaram a ser erguidos, o Campo de Futebol fazia parte da rotina do campus. As partidas entre os operários eram uma forma de promover a integração e acabar com as brigas devido aos regionalismos e divergências culturais. Mais uma vez, o espaço será aberto para promover a união em prol do esporte.