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Urbanização e sustentabilidade

Hospital São Francisco de Assis retoma obra de restauração
Rossana Ribeiro

Foto: William Santos

O Hospital-Escola São Francisco de Assis (Hesfa−UFRJ) recomeça a restauração de seu prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1983. A obra, orçada em R$ 3.251.753,46,  foi autorizada pelo Iphan com a condição de que se retirassem os pavimentos construídos a sua revelia, para que se mantenha o projeto arquitetônico inicial do prédio.

Desativado em 1978, após a construção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Cidade Universitária, o Hospital-Escola São Francisco de Assis, até então utilizado como hospital universitário da UFRJ, somente foi reativado em 1988. Em razão das enchentes que castigaram a cidade  do Rio de Janeiro naquele ano, o hospital foi utilizado para abrigar os internos da Clínica Santa Genoveva, destruída por uma rocha de um dos deslizamentos de terra em Santa Teresa.

Foto: William Santos

Tendo sofrido apenas intervenções emergenciais  nessa ocasião, o imóvel teve, desde então, seu funcionamento precário e provisório  cristalizado ao longo dos anos por uma sequência de pequenas intervenções de manutenção que foram executadas a fim de garantir o funcionamento básico da unidade acadêmico-assistencial, descaracterizando, assim, o imóvel tombado.

Atualmente a nova direção do Hesfa mantém uma reunião semanal com representantes da empresa que está desenvolvendo o projeto de ajustes da obra. “Essas negociações não são fáceis”, declara Maria Catarina, recém-empossada diretora do hospital. Participam ainda da reunião representantes do  Iphan, da Fundação José Bonifácio (Fujb) e da UFRJ.

Dificuldades
À unidade, que é um centro de reabilitação de portadores de deficiência física e neurológica, foi dada a previsão de 20 meses para o término da obra. A maior dificuldade enfrentada pela direção com essas obras é a interdição dos prédios, o que implica um remanejamento no espaço. "Muitos serviços estão sendo transferidos para outro espaço, como é o caso do consultório que vai ser removido daqui a um mês. Mas nós sabemos que tem que haver adaptações. Além do mais, a UFRJ nos autorizou a contratar essas estruturas  modelares que estão ao lado e na frente do hospital para desocupar o prédio e deixar condições para intervir”, afirma Maria Catarina.

Foto: William Santos

A unidade tem conseguido boa aceitação dos funcionários e profissionais da saúde que orientam a clientela a respeito das mudanças. Quanto aos estudantes, Maria Catarina afirma que o aprendizado prático não foi afetado, porque o serviço continua funcionando, embora algumas  salas de aula tenham sido desativadas para dar lugar à locação de alguns seviços. "Mas isso é uma situação provisória, e  a solução  é  a utilização das salas da Escola de Enfermagem Anna Nery  e do Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária", completou.

Maria Catarina, que tomou posse no dia 20 deste mês, conta que em sua gestão pretende finalizar os projetos executivos e reiniciar a realização das obras, buscando energias para realizar a fase interna.

Estilo
O imóvel  possui aproximadamente 11 mil metros quadrados de área construída em estilo neoclássico, apresentando pequenas variações formais de tendência romântica/eclética.

O exemplar arquitetônico é caracterizado pela simetria da fachada principal, pelo ritmo das envasaduras, pelas rusticidades no pavimento térreo e no corpo central e pela concepção espacial única, seguindo o modelo do Pan-óptico de Bentham, modelo arquitetônico do século XIX que inspirou a construção de diversos presídios na Europa.

O hospital
O hospital, que é referência nacional em pesquisa e tratamento de pessoas de baixa renda portadoras do vírus HIV, atende cerca de 20 mil pacientes por mês e atua também com serviços de testagem de HIV e hepatite. Oferece, ainda, um centro de aconselhamento e tratamento de HIV; atendimento à terceira idade, com todos os projetos de nutrição, pedagogia, serviço social, psicologia, enfermagem e medicina; atendimento ao paciente com problemas com álcool e outras drogas; tratamento e terapias complementares; e,  no ambulatório, consultas de cardiologia, pediatria, clínica médica, nutrição, serviço social, psicologia, ginecologia (incluindo o pré-natal) e tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis masculinas,  além de alguns diagnósticos laboratoriais.