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Notícias da semana

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia movimenta a UFRJ
Jessika Peixoto

A "Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ", que ocorreu entre os dias 16 e 21 de outubro, movimentou oscampi da universidade com inúmeras atividades. O tema da 9ª edição nacional foi "Economia Verde, Sustentabilidade e Erradicação da Pobreza". A UFRJ escolheu como subtema "Água para a Vida e Água para Todos". 

A elaboração e realização das 132 atividades que constituíram a diversificada programação envolveram 480 docentes, 82 servidores técnico-administrativos em educação e 725 estudantes.

Para a professora Selene Alves Maia, assessora especial da Pró-Reitoria de Extensão (PR-5) e coordenadora-geral do evento na UFRJ, a oportunidade de proporcionar ao público-alvo a chance de conhecer e interagir com novas áreas foi fundamental. "Em um universo marcado pelo atraso escolar e falta de motivação, culminando até na falta de perspectiva profissional, principalmente para os estudantes oriundos das escolas públicas, a realização da Semana da UFRJ proporcionou novos exercícios intelectuais, ampliação de percepções sobre o tema, bem como contribuiu para o 'despertar' de vocações", afirmou.

O público predominante foi composto por aproximadamente 14.500 alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas do Rio de Janeiro, e também por estudantes e servidores da própria UFRJ, segundo afirmou a professora Regina Célia Gollner Zeitoune. Como uma das coordenadoras da atividade que propunha ações educativas sobre sexualidade, saúde bucal e a verificação de pressão arterial e tipagem sanguínea, a professora disse estar contente com a oportunidade oferecida pela Semana.

"Realizamos ações de promoção de saúde e, por outro lado, tivemos uma grande oportunidade de aprendizado para os alunos da UFRJ que estão trabalhando no projeto como bolsistas de extensão", declarou.

Orientação sexual


Uma das atividades que mais chamou a atenção dos jovens que circulavam pelo prédio da Reitoria foi o "Papo Cabeça", coordenado pelo professor José Leonídio Pereira. A atividade contou com a exposição de fetos e placentas, jogos e muita conversa sobre reprodução humana e os métodos contraceptivos, que, segundo a estudante de psicologia Talita Souza, foi o assunto que mais despertou interesse. 

Talita destacou a importância da oficina, afirmando que a maior parte do público atendido não possuía grande bagagem de conhecimento sobre o assunto, pouco sabia sobre a existência de doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo sobre o próprio corpo. 

Outro assunto explorado que gerou grandes dúvidas e aguçou a curiosidade foi a Ciência Meteorológica. Na oficina "Meteorologista Mirim", foram disponibilizados instrumentos e experimentos meteorológicos que visavam facilitar o entendimento do assunto e todas as suas áreas de abrangência.

O professor Edilson Marton, um dos coordenadores da atividade, ressaltou a falta de conhecimento acerca do tema tratado: "A meteorologia ainda não é muito bem entendida pelas crianças de uma forma geral. Ao exemplificar um tornado para os alunos, percebi um espanto muito grande, acompanhado de um interesse maior ainda. Um grupo de alunos do ensino médio, por exemplo, ficou curioso quanto a isso e acabou formulando perguntas mais específicas sobre esse tipo de fenômeno no Brasil e em outros países. Nós pudemos discorrer mais sobre o tema e mostrar para eles um pouco da ciência meteorológica".


Antigo Canecão pode se tornar a Arena Minerva de Música e Arte
Paulo Hora

Está disponível no Portal da UFRJ o documento que contém as diretrizes para a retomada, ocupação e uso do imóvel localizado na Avenida Venceslau Brás, 215, o antigo "Canecão". O texto foi formulado pelo Conselho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ e agora é colocado à disposição da comunidade universitária para o amplo debate. A proposta consiste na transformação da antiga casa de espetáculos na nova Arena Minerva de Música e Arte (Amma), novo projeto institucional, cultural e artístico.

O conceito da Amma é o de um espaço público cujos objetivos, procedimentos, práticas, ações, promoções e atividades serão voltados para a promoção pública da música, arte e cultura, em suas mais variadas manifestações. A proposta consiste em abrir as portas para todas as formas e manifestações artísticas e culturais, sobretudo aquelas não validadas nos circuitos comerciais da indústria do espetáculo e do mercado cultural. Assim, o espaço visará disseminar o hábito e o gosto pela m&Â?sica, artes cênicas e outras manifestações culturais para um público o mais amplo e diverso possível, além de promover a formação de uma nova cidadania artística e cultural, exigente, crítica e aberta à diversidade.

O compromisso com o público e a juventude se completa com o engajamento da Amma na promoção de atividades e eventos voltados para o público infantil e adolescente. De acordo com o documento, o uso múltiplo do espaço deve ser uma preocupação constante, de modo que a programação das manhãs e de parte das tardes, por exemplo, seja destinada a atividades e eventos voltados para esse público em particular. Além disso, em consonância com a vocação da universidade na formação de profissionais, a Arena também deve ser concebida como uma escola de formação de profissionais que atuam na produção de eventos e espetáculos, assim como na administração de espaços culturais e artísticos.

Ainda segundo o texto, pelas características do espaço, a Arena exigirá uma cooperação envolvendo, além da UFRJ, um conjunto de entidades públicas, notadamente, o Ministério da Cultura, secretarias estaduais e municipais de Cultura e demais universidades públicas do Rio de Janeiro, o que implica conceber formatos institucionais que assegurem a corresponsabilização e formas de cogestão que favoreçam o uso pleno e múltiplo do "equipamento".

Espaço autossustentável

O documento é taxativo no sentido de que a Amma "não deverá onerar o atual orçamento da UFRJ". Na busca dos meios para assegurar uma continuada, rica e diversa programação, deverão ser consideradas as seguintes fontes: recursos orçamentários novos e recursos próprios diretamente alocados à Política Cultural e Artística, em particular para a Amma; receita proveniente de eventos e espetáculos; apoios institucionais, convênios e contratos com órgãos públicos; apoios, obtidos no âmbito de políticas e programas governamentais de incentivo à arte e cultura, inclusive de empresas privadas; e aluguel do espaço para eventos por tempo limitado, inclusive espetáculos musicais e artísticos de natureza comercial, em caráter subsidiário.

Pela dimensão e potencialidades do espaço, a Amma demandará uma formatação institucional que assegure a gestão profissional, seja no que concerne ao planejamento e programação, seja no que diz respeito aos aspectos propriamente administrativos e financeiros. Tal formatação deverá contemplar formas democráticas de deliberação e controle acerca das políticas e diretrizes para uso do espaço, integrando a representação do corpo social da UFRJ e representantes de outras universidades, de órgãos públicos voltados para a cultura e a arte, da comunidade cultural e artística, e de organizações e movimentos da sociedade civil.

Plano Diretor


O Plano Diretor UFRJ-2020 prevê a implantação, no campus da Praia Vermelha, de um complexo que contemplará: centro de convenções, centro cultural, Casa da Ciência e espaço esportivo. A Amma deve ser concebida, desde sua implantação, como uma das peças integrantes desse complexo. O grande auditório poderá, no caso de convenções, acolher um número expressivo de participantes e ser utilizado em eventos científico-culturais.

Por fim, o documento ressalta que "o retorno do prédio que abrigou o extinto Canecão à posse da UFRJ é uma grande vitória da universidade, mas também da cidade do Rio de Janeiro e, de modo mais amplo, da cultura e das artes". Segundo o texto, ao recuperar a posse daquele espaço, a universidade, "coerente com sua vocação universitária e seu compromisso público, assume suas responsabilidades de fazer daquilo que foi um empreendimento estritamente comercial um amplo, generoso, dinâmico e múltiplo espaço público, voltado para a difusão cultural e artística".

Leia o documento na íntegra http://www.ufrj.br/docs/2012/arena-minerva-de-arte-e-cultura-diretrizes-2012-09-06-conselho-diretor-fcc.pdf.